Na chegada à Reunião Geral Anual da empresa, na cidade de Lausanne, os executivos foram recebidos com o recado: "Dá um tempo: ninguém ganha com a destruição das florestas".
Ativistas do Greenpeace fantasiados de orangotango protestam contra a Nestlé pela destruição das florestas
Laurent Gillieron/AP |
A frase "dar um tempo" é referência ao slogan do Kit Kat, uma das marcas de chocolate da Nestlé mais vendidas no mundo.
A ONG pede que a empresa pare de usar óleo de dendê proveniente do desmatamento em seus produtos. "Além de "acelerar a perda de biodiversidade, o desmatamento agrava os efeitos do aquecimento global", reclama o Greenpeace. O coordenador internacional da campanha de Florestas do Greenpeace, Pat Venditti, discursou: "Estamos aqui hoje para pedir à Nestlé que mude sua política 'KitKatastrófica'."
"Pedimos então que os acionistas usem sua influência para garantir que os produtos Nestlé não tenham qualquer relação com o óleo de dendê ou outros produtos (como papel) fornecidos ---direta ou indiretamente-- pela Sinar Mas", disse Venditti.
Comunicado do Greenpeace também informou que na Alemanha, de manhã, ativistas escalaram o prédio da Nestlé e abriram uma grande faixa mostrando como os orangotangos estão sendo ameaçados.
Contratos
A ONG afirma que 200 mil pessoas em todo o mundo já enviaram e-mails e centenas ligaram pedindo que a Nestlé mude sua política de compras.
Como resposta à campanha, iniciada em março, o Greenpeace diz que a Nestlé já cancelou todos os seus contratos diretos com a Sinar Mas, a maior produtora de óleo de dendê da Indonésia.
Mas, segundo a ONG, a Nestlé continua comprando óleo de dendê indiretamente da Sinar, como da fornecedora Cargill. Além disso, a multinacional suíça também usaria, em embalagens, papel fornecido pela Asia Pulp & Paper, braço da Sinar no setor de papel.
"A cada dia que a Nestlé deixa de tomar atitudes concretas para tirar o desmatamento --e a Sinar Mas-- da sua cadeia produtiva, mais ela empurra os orangotangos para a beira da extinção", disse Venditti.
A Indonésia apresenta uma das taxas de desmatamento que cresce com maior velocidade no mundo, segundo comunicado do Greenpeace. "O óleo de palma e a produção de papel e celulose são os maiores vetores de destruição florestal na região", afirma a ONG.
Fonte: Folha de São Paulo
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