segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Ih, o pão mofou!



Quem já não retirou aquele pedaço mofado da fatia de pão e comeu o restante? Ou jogou fora a fatia com sinais de mofo e comeu as outras, que pareciam estar em bom estado? Essas atitudes, aparentemente inofensivas, podem levar à intoxicação alimentar ou a reações alérgicas. Quando um alimento tem marcas de mofo em uma parte, todo ele já está contaminado de fungos.
O biólogo e coordenador do curso de Laboratório em Biodiagnóstico em Saúde da Escola Politécnica, Marcos Antonio Marques, explica que o mofo é a proliferação de colônias de fungos que se desenvolveram e se agruparam. “Quando conseguimos ver estes microrganismos a olho nu, isto significa que há uma imensa quantidade deles nos alimentos.”
A principal diferença das colônias de bactérias para as de fungos é que o alimento contaminado por bactérias exala cheiro de azedo, enquanto por fungos, não tem odor, apenas o chamado bolor. Entretanto, assim como as bactérias, os fungos podem causar intoxicação e diarréias, principalmente se a pessoa for alérgica a estes microrganismos.
Fatores de risco
Marcos Antonio Marques explica que os fungos se encontram no ar e, normalmente, o corpo humano desenvolve anticorpos contra eles. Os alimentos acabam sendo locais propícios para a sua proliferação, já que buscam umidade, calor e escuro.
“Há vários tipos de fungos, uns mais nocivos à saúde do que outros. Como no dia-a-dia as pessoas não vão saber qual o tipo está nos alimentos, recomenda-se o descarte de tudo. No caso do pão de forma, mesmo que apenas algumas fatias apresentem o bolor, as chances de todo o saco estar contaminado é grande”.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), milhões de pessoas adoecem todos os anos em virtude da ingestão de alimentos contaminados. A ocorrência de contaminação dos alimentos está relacionada a vários fatores, tais como: temperatura/tempo, armazenamento, conservação, manipulação, hábitos higiênicos, entre outros.
Prazo de validade
Os alimentos classificados como perecíveis são aqueles que estragam rapidamente, como carnes, leite e os derivados, ovos, frutas, verduras e legumes. A nutricionista Alessandra Veggi, pesquisadora visitante da Fiocruz e integrante do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição, ressalta que os sintomas mais comuns após a ingestão de um alimento contaminado são: diarréia, vômitos, dores abdominais, mal estar e febre. “Há casos que podem levar à morte”, adverte a nutricionista.
Além de bactérias e fungos, os alimentos podem ser contaminados por vírus e parasitas e também por toxinas produzidas e liberadas por esses microrganismos. Como nem sempre essa contaminação é percebida, é importante estar atento aos prazos de validade e o estado de conservação dos alimentos.
Verão e inverno
As diferenças de temperatura em função das estações do ano influenciam na durabilidade dos alimentos. Conforme explica a médica veterinária Cristiane Miranda, também pesquisadora visitante da Fiocruz, no verão, por causa do calor, há um ambiente mais favorável ao aparecimento de microrganismos. Por isso, recomenda-se guardar na geladeira o quanto antes os alimentos preparados, mesmo que ainda estejam mornos.
“Outro problema é abrir a porta da geladeira muitas vezes ou mantê-la aberta por muito tempo. Isso traz um risco importante porque há aumento da temperatura, propiciando o crescimento microbiano”, alerta a médica veterinária.
A geladeira tem capacidade de refrigeração limitada, e não deve ser usada como depósito de alimentos. Quando está muito cheia, não permite a circulação do ar frio, logo há problemas na troca de calor e na manutenção da temperatura adequada para conservação dos alimentos.
(Patricia Moreira)
Para saber mais:
Cuidar dos Alimentos (Fiojovem)

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